vendredi 28 décembre 2007

Ainda Isabelle Huppert...





Duas fotos lindas de autoria de Pascal Victor:Isabelle e Ariel Garcia-Valdès, em Quarttet de Heiner Muller com direção do mago americano Bob Wilson, temporada 2006-2007 no Théâtre de l'Odéon, como vocês podem ver a moça tem o costume de estar em cena...
E uma bela foto de Lindbergh mostrando toda a beleza dessa grande atriz...detalhe: ela é hiper inteligente, culta e suas entrevistas costumam ser brilhantes, vou tentar minha sorte e pedir uma na época da estréia da peça dela...e Elda Priami vai amar...

Daniel Auteuil, Molière e Jean-Pierre Vincent no l’Odéon : uau !!! (Como diria a Tania Brandão!)













Depois de deusas como Isabelle Huppert e Carole Bouquet, chegou a vez de um Deus, Daniel Auteuil, que volta aos palcos mais uma vez dirigido por Jean-Pierre Vincent e ocupa a cena do L’Odéon Théâtre de l’Europe com um Molière que eu adoro, A escola de mulheres. Estréia marcada para 24 de janeiro, dia do aniversário de Daniel Auteil, 57 anos bem vividos para esse enfant de la balle…
Um ponto marcado por Olivier Py o jovem e talentoso diretor desse teatro magnífico e ponto alto da história do teatro francês em todos os tempos. Inaugurado em 1782, logo 225 anos de história, o Odéon é um modelo da arquitetura do século « des Lumières », foi construído para abrigar a Comédie-Française. Hoje é um dos cinco teatros nacionais da França inteiramente subvencionado pelo governo.
Desde 1947 tombado como monumento histórico, o Odéon viveu a ascensão e a queda de Jean-Louis Barrault que em 1968 depois da ocupação do Odéon, sonhei durante anos que havia participado da ocupação do Odéon, mas não passou de sonho, se viu demitido por Malraux das funções de diretor do teatro. Oxalá Olivier Py tenha mais sorte, afinal os dias andam tão ou mais confusos que em 1968, ao menos naquela época nós conheciamos os inimigos…
Falei muito do teatro e quase nada do Daniel Auteuil, mas ainda ontem revi um filme dele de 1997 na televisão, Le Bossu, onde ele dava um banho de interpretação contracenando com ninguém menos que Fabrice Luchini, depois de Gérard meu ator preferido por essas terras gaulesas…Daniel é um dos atores preferidos por Dame Bibi Ferreira, logo, procurem o google, confiram a filmografia do dito cujo e preparem uma bela sessão para o fim de ano, fim de semana prolongado…
Estarei na platéia, très bien placée para aplaudir esse GRANDE ator, e descobrir a mise en scène de Jean-Pierre Vincent que conheci numa palestra na aula de Emmanuel Wallon em 2001…

Carole Bouquet é Berenice...no Bouffes du Nord!







Adoro Carole Bouquet, linda e classuda, classe é tudo…dispenso a beleza mas a classe, ou a ausência dessa vulgaridade tão em moda no patropi, é indispensável…Carole é linda demais…e boa atriz, muito boa ! Além disso joga nas 11, é dona de restaurante, é dona de vinhedos na França, na Argélia, no Marrocos, na Sicília, em parceria com o ex-marido, Gérard Depardieu, meu sonho de consumo !
Estarei na estréia dia 18…já comprei ingresso, e vou ver pela primeira vez a Berenice de Racine, com direção de Lambert Wilson, no Théâtre des Bouffes du Nord, 37 bis, bd de la Chapelle, também no 10° arrondissement de Paris. O teatro de Peter Brook, que anda usando o sistema « garagem » a três por dois, vive alugando o teatro.
O Bouffes du Nord, 131 anos de história, foi construído em 1876 pelo arquiteto Louis-Marie Emile Leménil, construído sobre fndaçõesjá existentes, supostamente de uma antiga caserna, a sala tem 530 lugares. Em junho de 1952 muito velho, maltratado e sem obedecer as normas de segurança é fechado. Em 1974 ele édescoberto por Peter Brook e Micheline Rozan, fundadores do Centro Internacional de Criações Teatrais e reabre suas portas no dia 15 de outubro de 1974 com Timon d’Athènes, adaptação de J.-C. Carrière, dirigida por Peter Brook. Na época Brook assim falava do Bouffes du Nord :
" C'est souvent beau, un vieux théâtre, mais toute mise en scène y reste confinée dans des espaces d'autrefois. Un théâtre tout neuf peut être dynamique et pourtant rester froid et sans âme. Aux Bouffes du Nord, on est frappé par la noblesse des proportions, mais en même temps, cette qualité est cassée par l'apparence rude du lieu. Ces deux aspeds font un tout. Si l'on restaurait parfaitement le théâtre, alors la beauté de l'architedure perdrait en quelque sorte de sa force et deviendrait un inconvénient. "

Isabelle Huppert e Yasmina Reza, uma dupla que vai dar o que falar








A estréia é dia 25 de janeiro no Théâtre Antoine. A peça escrita e dirigida por Yasmina Reza se chama Le Dieu du carnage e tem uma deusa das deusas no elenco : Isabelle Huppert.

YASMINA REZA
Conheço pouco do seu trabalho, não vi a montagem de Arte no Brasil, mas vi Une pièce espagnole aqui na França, dirigida pelo Luc Bondy no Théâtre de la Madeleine e até hoje não entendi o porquê dessa peça não ter sido montada no Brasil. Lembro-me que a crítica caiu de pau, compreendi depois que Reza e Eric-Emmanuel Schmidt são dois dos autores franceses de maior sucesso no mundo, mas como fazem teatro comercial são abominados pela elite intelectual-cultural francesa…Ysamina lançou há pouco um livro sobre a campanha do então candidato, e hoje presidente, Nicolas Sarkozy…tiragem inicial de 100.000 exemplares…ela é bela, rica, talentosa e faz sucesso mundial, motivo de sobra para despertar a ira dos simples mortais…Agora assina também a direção da peça e tem no papel principal uma deusa à sua altura, Isabelle Huppert.

ISABELLE HUPPERT
Tive a oportunidade de vê-la dua vezes em cena, fazendo a Nora de Casa de Bonecas no Théâtre de l’Odéon, na Sala do Ateliers Berthiers e no final de 2006 estive na estréia de Quarttet de Heiner Muller dirigida por Robert Wilson, no novo Théâtre de l’Odéon. No cinema várias vezes fui vê-la, ela é dona de um carisma, de um certo fascínio, mas acima de tudo de uma elegância e de uma classe com a qual não estamos mais acostumados no Brasil…qual de nossas estrelas têm a elegância e a classe de Isabelle Huppert ??? Já garanti meu lugar e só não vou à estréia porque nesse dia estarei vendo Patrice Chéreau…

Théâtre Antoine
Vou contar para vocês porque o Théâtre Antoine – 141 anos de história – é um dos meus teatros preferidos em Paris. O número 14 do Boulevard de Strasbourg no 10° arrondissement de Paris, abriu as portas em 1866, como teatro "Les Menus Plaisirs" e que no dia 20 de outubro de 1888 passa a se chamar Théâtre Libre nome dado por um jovem audacioso : André Antoine que vai revolucionar o teatro francês e por conseguinte o teatro mundial no final do século XIX. Antoine revelará ao mundo as obras de bsen, Hauptman, Tolstoï, Strindberg, Verga, Tourgueniev. Em seus três primeiros anos de vida o Théâtre Libre montará mais obras inéditas que a Comédie Française e o Théâtre de l’Odéon reunidos, levando à cena 59 autores, dos quais 42 com menos de 40 anos. Mas a revolução de Antoine não termina no trabalho com os autores, ele revolucionará as convenções teatrais e o mundo deve a Antoine a descoberta da nova mise-en-scène…Foi também Antoine o primeiro a apagar as luzes da platéia que continuavam acesas nos outros teatros da época. Nomeado diretor do Théâtre de l’Odéon, ele rnuncia 17 dias após e volta para o seu Théâtre Libre que passará a se chamar Théâtre Antoine.

Cristiana Reali, uma brasileira que conquistou Paris!









Ela é bem mais francesa do que brasileira, com pouco mais de 40 anos, Cristiana Reali chegou a Paris pequena e daqui não mais saiu. Casa com um dos grandes atores da França, Francis Huster, ela conseguiu conquistar seu espaço no cinema, na televisão e no teatro. Tive a oportunidade de vê-la em cena na peça La Locandiera de Goldoni, após o espetáculo fui vê-la em seu camarim, no Théâtre Antoine, e contei-lhe que as grandes atrizes brasileiras, Bibi Ferreira, Maria Della Costa e Fernanda Montenegro haviam feito esse texto de Goldoni e que esperava que isso significasse algo para ela. Levei mesmo uma cópia de uma foto da estréia de Bibi como Mirandolina. Na atual temporada ela está em cena no Théâtre Comédia, com a peça Good canary, dirigida por ninguém menos que John Malkovich. A peça estreou dia 13 de setembro, e já deu a Cristiana um prêmio de melhor comediante e a Malkovich um prêmio de melhor diretor. Em cartaz no Théâtre Comédia, ex- Eldorado, fundado em 30 de dezembro de 1858, 149 anos de história no 4 Boulevard de Strasbourg. Café Concerto, sede do Théâtre Yiddisch, cinema e hoje essa bela sala de teatro, que desde 2000 recebeu o nome de Comédia.

jeudi 27 décembre 2007

A vergonha da França! La honte!




Ontem mesmo, escrevi dizendo que a França não é o paraiso, mas por aqui alguns ainda têm vergonha na cara! Infelizmente os representantes oficiais do povo nem sempre...
Quando os que governam perdem a vergonha os governados perdem o respeito. Essa é mais ou menos a frase dita por Lucila, personagem de Bibi Ferreira, na peça As favas com os escrupulos de Juca de Oliveira. Podemos aplica-la ao caso francês, um presidente da republica de uma das maiores potências o mundo não pode misturar vida privada e seu cargo de presidente. Não pode querer ir visitar o Papa acompanhado da "amante", o Vaticano diga-se de passagem enviou comunicado à França dizendo que a presença de Carla Bruni não seria permitida...Nem pode misturar férias no Egito com visita oficial. Ou risca de igualar a França as diversas republicas de bananas que conhecemos tão bem...
Vejam, em tradução livre - e sem muita atenção - um artigo que li no site Rue89 que diz um pouco da vergonha que muitos franceses estão sentindo diante dessa ofensa à Republica:

Bruni, Sarkozy e a confusão do dois "corpos do rei" Por Jean Matouk (Economista) 10H43 24/12/2007

Além do riso, a vergonha! Um sentimento que muitos julgarão ultrapassado, mas a minha primeira reação à notícia da ligação de Nicolas Sarkozy e da top model Carla Bruni foi a vergonha. A vergonha de ser hoje um cidadão francês representado no exterior por Nicolas Sarkozy.
Imediatamente me veio ao espírito a distinção do historiador Kantorowivz entre o dois "corpos do rei"; o corpo sacerdotal, pelo qual encarna a coletividade, e o corpo real, o que come, bebe, gosta. A distinção é aplicável evidentemente também aos presidentes e chefes de governo e, mais ainda, Nicolas Sarkozy, que pretende reforçar os poderes presidenciais.
Como sublinha Régis Debray no seu recente "Obscenidade democrática », é necessário ao alto escalão do Estado, ao Príncipe, um certo aparato, uma certa solenidade, o respeito a certos rituais. Mesmo se, felizmente, não é mais por direito divino, ele participa do "bouclage" da sociedade acima dela própria, sem o qual ela se degrada ; é o papel do "corpo sacerdotal" do rei. Bernard Henri-Levy observava recentemente: todos os antecessores de Nicolas Sarkozy mantinham uma distinção clara entre o primeiro e o segundo "corpo", de modo que a majestade do primeiro não seja atingida pelos eventuais desvios, em todo caso, o caráter comum do segundo.
Muito se falou sobre os desvios de Jacques Chirac e Valéry Giscard de Estaing. A França soube no fim segundo mandato de sete anos da dupla vida de François Mitterrand e a sua filha escondida. Mas sabiam, uns e outros, manter a distância que é necessária entre a sua vida privada e o seu papel simbólico. Com o atual presidente, o dois "corpos do rei" tornam-se indistintos.
O povo participa do corpo real. Vive, ao vivo, as brigas de família e as separações. Eis agora que vive, também ao vivo, a exibição do Príncipe com uma nova companheira. Para quando está previsto o sexo ao vivo ? Ainda, se esta foto tivesse sido revelada por indiscrição de um jornalista, ou por uma fotografia roubada nas entradas de serviço do Elysée, ou num outro palácio da República ou num hotel. Mas foi na Disneylândia que o Presidente organizou claramente a divulgação, ao lado de Mickey, de Minie e Popeye, que não têm nada vulgar em si, mas que, mesmo sem ter nada a ver com as escapadas presidenciais, contribuem, independente de sua vontade, a ridicularizar mais ainda o corpo sacerdotal.
Muitos afirmam que era necessário fazer algo para esquecer as honras escandalosamente atribuídas à Khadafi, por um outro acontecimento mediático. Insucesso! Os dois acontecimentos mediáticos reforçam-se e completam-se na infração levada à majestade da República. Decididamente, hoje, preferiria ser espanhol, alemão, inglês, e mesmo americano, que francês.

Jean Matouk (economista dia 24/1/2007)

http://www.rue89.com/2007/12/24/bruni-sarkozy-et-la-confusion-des-deux-corps-du-roi

mercredi 26 décembre 2007

Abaixo a incompetência ! Viva a eficência ! Vive la France !



Preciso contar a vocês o que me aconteceu. Embora tenha morado na França como estudante e bolsista do governo brasileiro, portanto sem obrigação de declarar meus rendimentos, pois existe um acordo França x Brasil que prevê que os estudantes bolsistas de ambos os países são dispensados de pagar imposto de renda (sur le revenu como dizemos por aqui !), desde que cheguei, tentando ser realmente uma moradora – em Roma como os romanos é o meu lema ! – decidi que declararia anualmente meu imposto de renda e o fazia aqui e no Brasil, onde os bolsistas fazem a declaração de isento. Ao receber pelo correio minha declaração me sentia mais cidadã francesa ainda que sem gozar da cidadania oficial.
Durante os quatro anos em que fui bolsista não trabalhei. Mas ao final da bolsa, obviamente, procurei um emprego legal, e como estudante tinha direito a ser trabalhadora declarada por no máximo 20 horas de trabalho por semana. Foi o que fiz. Trabalhei 10 meses. O suficiente para entender que doutorado e redação de uma tese – se fôr em língua estrangeira a coisa complica ! – são incompatíveis com qualquer atividade profissional, palmas para os que conseguem concluir um doutorado trabalhando. Ao encerrar meu contrato de CDD – contrato com duração determinada – recebi todos os meus direitos e mesmo um plus pelo fato de que a partir dali estaria desempregada, mesmo isso sendo uma opção minha pois poderia ter renovado o contrato. Os valores recebidos me isentavam de pagar imposto de renda.
Voltei ao Brasil, e em março/abril recebi minha declaração de imposto de renda relativa ao ano de 2006 para fazer. Fiz. Comuniquei que estava de volta ao Brasil e achei que seria um capítulo encerrado. Bobagem…em agosto de 2007 recebo um cheque de 333 euros, cerca de 870 reais, do Tesouro Público. Por quê ? «Une prime pour l’emploi». Em português isso é um incentivo recebido a título de ajuda pela volta ao trabalho ou a continuação de uma atividade profissional, calculado sobre os rendimentos da atividade exercida. É atribuída em Setembro de 2007 às pessoas que exerceram em 2006 uma atividade profissional assalariada ou não assalariada, domiciliadas na França e cujo rendimentos não excedam certos limites.
Fiquei surpresa e contente com o cheque…quem é que não gosta de receber um dinheirinho a mais e acima de tudo quando nem passava pela cabeça da gente recebê-lo ???
Com o meu cheque no bolso descobri que não poderia recebê-lo pois não tenho mais conta bancária na França. Telefono para a agência do Trésor public que emitiu o cheque e sou informada que posso recebê-lo em qualquer tesouraria do Trésor public. Procuro a que fica mais perto aqui de casa e vou até a praça da Nation. Nem tudo é simples na dministração pública, francesa, portuguesa ou brasileira, a burocracia impera…mas educação e simpatia amenizam a chatice.
Um funcionário eficiente e simpático tenta me ajudar mas sua chefe o impede de ser gentil e proíbe o pagamento. Só pode ser feito através de conta bancária, desnecessário explicar a essa Madame que não a possuo mais, que não moro mais na França há dez meses, que para ter conta bancária aqui é preciso morar no país, etc…mas o gentil rapaz me dá a dica, com direito a cópia de um mapinha de como chegar a rue Rambuteau, que eu conheço bem mas ele não sabia disso, e me informa que lá eles me pagariam na hora. Agradeço a gentileza, digo adeus e vou me embora…
Chego ao Trésor public, da rua Rambuteau, duas sorridentes atendentes no guichet de informação me encaminham imediatamente para uma outra moça, não há filas, tudo calmo e tranquilo, a moça pede uma «pièce d’identité» apresento meu passaporte e ela ri ao ler meu nome, e me diz sorridente, «mon deuxième prénom est Deolinda», descobrimos nossas origens portuguesas, nome herdado de avó paterna nos dois casos…ela prepara os papéis enquanto conversamos e me envia ao caixa não sem antes de me dizer «obrigada» mesmo confessando que é a única palavra que conhece do português, «meu pai achou que poderia misturar as duas línguas e nunca me ensinou o português, hélas !». Vou ao caixa, recebo meu dinheirinho, e saio feliz…não ganhei na loto mas dá um prazer danado ver a eficiência desse país, não a França não é a oitava maravilha do mundo, vivi coisas aqui como estrangeira lamentáveis, mas vale lembrar que nos postos onde tiramos os papéis como a Carte de séjour, somos atendidos por «estrangeiros», tão «estrangeiros» quanto nós, ainda que nascidos aqui, mas na maioria oriundos das antigas colônias francesas, portanto eternamente estrangeiros, para mim que nasceu na Argélia argelino é, por mais que quando do seu nascimento a Argélia pertencesse à França,porque ela pode até ter sido propriedade da França mas NUNCA foi França e muito menos francesa…assim como o Brasil nunca foi português e muito menos Portugal...foi propriedade de Portugal e ai mora a diferença que talvez explique toda essa lenga-lenga entre colonizados e colonizadores…
Saio imaginando como seria no Brasil. Quando daremos uma "prime pour l'emploi" aos nossos trabalhadores? Quando daremos aos nossos trabalhadores estrangeiros o mesmo direito? Mas fico imaginando mesmo é qualquer ministério do Brasil mandar um cheque para um estrangeiro que ja tenha retornado ao seu pais...acho que para ver isso vou precisar nascer de novo e confesso que se puder nascer de novo não sera no Brasil, mas na França e em Paris...se alguém souber de algum pagamento do Brasil a um ex-morador estrangeiro, por favor, conte-me a historia...
Na foto o ministério do Budget, des Comptes publics et de la Fonction publique, ministério responsável pelo orçamento e pelas contas do Estado bem como pela modernização dos serviços públicos, criado em 18 de maio de 2007 a partir do antigo ministério de Economia, finanças e indústria, mais conhecido como Bercy, numa alusão ao bairro onde está instalada sua sede, esse prédio imenso às margens do Sena que fica a dois passos da minha casa.

Bûche de Noël???




Para quem, como eu, adora uma tradição e um ritual : a tradição das « bûches de Noël » remonta ao século XII e existia na maioria dos países europeus, principalmente na França e na Itália e era costume na véspera de Natal queimar na lareira da sala um tronco de árvore bem grande que deveria queimar lentamente. Escolhia-se de preferência um tronco de árvore frutífera para garantir uma boa colheita no ano seguinte. No momento de acender o tronco devia-se abençoá-lo com um ramo de buxo ou de louro, guardado desde a festa de Ramos. Enquanto se queimava o tronco ele poderia ser salpicado de vinho para garantir a próxima colheita ou de sal para proteger a todos das bruxas. A sobremesa nasceu com o fim das grandes lareiras nofinal do século XIX. Alguns evocam a criação por um "pâtissier" em 1945 mas o bolo enrolado de Natal já era tradicional, pelo menos na região Poitou-Charentes, desde o século X. A tradição quer que uma « bûche » de Natal seja feita à base de nata e de manteiga, mas há vários anos alguns a preferem feita com sorvete. Os sabores principais de uma « bûche de Noël » passam pela baunilha, praliné, Grand Marnier, café e chocolate. Devendo a decoração ser feita com elementos da época. A nossa foi mais chic, até para as «bûches» o melhor é escolhar as que têm «griffe», a nossa foi uma chamada Carrement chocolat da Maison Pierre Hermé, um «chocolatier» e «pâtissier» categoria luxo. A loja dele na rua Bonaparte, no VIème é puro luxo. No dia de Natal para atender a clientela ele monta uma enorme tenda, ao lado de caminhões refrigerados, na boca do metrô Pasteur. A espera de pouco mais de cinco minutos pode ser feita com uma degustação dos chocolates Pierre Hermé que o mestre gentilmente oferece…O preço ? Absurdamente caro ? Não…Uma «bûche» para quatro/seis pessoas custa 35 euros…90 reais…Detalhe: é para comer rezando…
Os detalhes desse post eu tirei de um artigo da Wikipédia, l'encyclopédie libre e vamos dar o crédito a quem de direito.Caso queiram visitar as boutiques do Pierre Hermé, uma visita ao site http://www.pierreherme.fr é de dar agua na boca...

lundi 24 décembre 2007

As luzes da eterna Cidade Luz, verdadeira vitrine







Um pouco das luzes de Paris para iluminar o Natal de vocês...De baixo para cima: La Madeleine, uma igreja que eu amo, paradoxo dos paradoxos, Jesus amava os pobres mas a Madeleine esta plantada ao lado dos ricos, as grandes marcas estão em torno desse cartão postal, sem falar nos dois templos da gula, Fauchon e Hediard.

Depois a praça Victor Hugo no XVIème arrondissement, não o mais caro, esse é o VIème, mas um dos mais chics arrondissements de Paris...

Na sequência o Rond-Point do Champs-Elysées...dois teatros por ali, o Rond Point, antigo rinque de patinação e sede da companhia Renaud-Barrault, de Madeleine Renaud e Jean-Louis Barrault, muito teatro dos bons se fez por ali...hoje Jean-Michel Ribes se esforça para manter o nivel...do outro lado o Théâtre de Marigny, teatro comercialissimo nas mãos de Robert Hossein, meio decadente, assisti com meu amigo Macksen Luiz, ha alguns anos, uma mise en scène do Roman Polanski para a Hedda Gabler, do Ibsen, com a mulher do Polanski, Emmanuelle Seigner fazendo a Nora, era de matar...Polanski é cineasta dos grandes mas de teatro não entende lhufas...

Subindo rumo ao Arco do Triunfo esse monumento que é a avenida do Champs-Elysées, dizem os parisienses que hoje so que anda pelo Champs-Elysées são os turistas e os "banlieuesards", ou seja os suburbanos, confesso que procuro anter em mim essa chama do turista quando se refere ao Champs-Elysées ja que suburbana nunca fui, nem aqui, nem ai...

No topo do post o Viaduc des Arts, aqui ao lado de casa, encostado na Gare de Lyon, quartier do meu mestre Jean-Pierre Ryngaert...

Por hoje é so galerinha! Joyeux Noël encore une fois...

Presente de Natal?



Meus queridos, minhas queridas

Quem precisa de presente de Natal quando tem a chance de passar Natal em Paris? Ontem, batendo perna no Champs-Elysées (junta-se tudo e não se pronuncia o P, coisa que os brasileiros insistem em fazer e que machuca o ouvido alheio!)e depois sentada para um chocolate quente no Ladurée pensei comigo, tenho mais é que agradecer a Deus todos os dias, Paris é a cidade mais visitada do mundo, o mundo quer vir para Paris e eu transito por aqui ha anos, tendo mesmo morado aqui cinco anos e meio e um dia voltarei para morar mais um pouquinho e com um pouco de sorte mais um poucão...o maior presente que eu poderia querer era passar o Natal aqui, com quem eu amo, na cidade que escolhi pra mim, e batendo perna na avenida mais bonita do mundo...
Para todos vocês desejo apenas a mesma felicidade que sinto por estar em Paris...Joyeux Noël!!!

vendredi 21 décembre 2007

Gula é pecado? Sou uma pecadora...




Adoro foie gras, de ganso mais do que de pato...e nessa época em que o frio bate os dois graus negativos, as festas de final de ano se aproximam, um vinho do Porto em aperitivo e depois une tranche de foie gras com umas torradinhas é a sintese do paraiso...VIve la France!!! Maior produtora de foie gras do mundo...

Eu vou, eu vou, pra escola agora eu, paratchibum, paratchibum...














Preciso escrever com calma sobre esse caminho maravilhoso que faço para chegar ao INHA onde assisto pela quinta vez as aulas do curso de Emmanuel Wallon, mas isso é uma longa conversa...deixo aqui o aperitivo e qualquer hora dessas com mais tempo venho vos apresentar o prato principal.