dimanche 3 août 2008

Parc de la Villette: o maior cinema do mundo











Marie-Aude um encontro no seminário do Wallon, uma amizade para toda a vida...

Um passeio no Bercy Village...



Adoro passear no Bercy Village antigo entreposto de vinho às margens do Sena que virou o mais charmoso centro comercial de Paris...e fica a dois passos da minha casinha...



Local ideal para um encontro com bons e queridos amigos...um programinha de fim de tarde, salada de frutas, aperitivos, sorvete no Chai 33 e depois um passeiozinho por todo o Village com Alexandre, Françoise e Barbara...vou esperá-los no Brasil...

vendredi 25 juillet 2008

Vaires sur marne parece cidade de brinquedo...



Vista panorâmica da cidade de brinquedo





A sede da prefeituta de Vaires sur marne, que fica como diz seu nome as bordas do rio Marne, onde em muitos lugares se pode ainda nadar...


Eu conheci uma cidade que parece de brinquedo e no entato está localizada a apenas 23km de Paris, capital do mundo, como vocês sabem...interessante é que como Vaires existem outras tantas cidadezinhas, vilarejos de vida calma...para os que falam francês uns detalhes da história de Vaires e para os que não falam a oportunidade de mais uma aula intensiva da língua de Molière e Beaumarchais...

Forte de ses 12000 habitants, de sa situation géographique, de son histoire, Vaires-sur-Marne est restée une ville chaleureuse où la vie est agréable.
Située à 23 km de Paris, elle est reliée à la capitale par la voie de chemin de fer qui conduit les Vairois en 20 minutes à la gare de l'Est et en 35 minutes au quartier Saint-Lazare par la ligne E du R.E.R. qui dessert au passage la gare du Nord à la station Magenta. L'autoroute A4 est à 7 minutes, les gares R.E.R de Torcy et de Lognes (ligne A) à 7 minutes également ; la nationale 34 qui relie Paris à Meaux n'est qu'à 5 minutes.
L'histoire de Vaires commence, il y a 500 000 ans : des outils en pierre datant de cette époque ont été trouvés sur le territoire de la commune, mais c'est en 710 que l'on trouve la première mention de son nom donné à un domaine rural dépendant alors de Lagny-sur-Marne.
Autre date qui marque l'histoire de Vaires c'est le « Combat de la Prairie de Vaires » que Jeanne d'Arc mena contre Franquet d'Arras en mai 1430 ; ce fut d'ailleurs son dernier combat victorieux.
Le cahier de doléances de la commune, rédigé en 1789 et intégralement conservé, nous apporte de précieux renseignements sur ce modeste village qui ne comptait alors qu'une petite centaine d'habitants, répartis en 18 familles.
Vaires voit son développement s'accélérer de façon spectaculaire au 19ème siècle avec le creusement du canal de Vaires à Neuilly puis avec la première halte de chemin de fer, sur la ligne Paris-Strasbourg, ouverte le 12 janvier 1898 aux passagers.
La transformation du village en petite ville commence vraiment à partir de 1908 quand une société immobilière rachète les terrains de l'un des deux gros propriétaires de la commune et en fait le lotissement qui donne à Vaires son plan et son visage pavillonnaire actuel. La ville connaît au début des années 60 un nouvel essor grâce à la construction d'une centrale thermique terminée en 1966. Cet apport économique permet un développement harmonieux avec la construction de nouveaux pavillons et de petits immeubles à caractère résidentiel ou social.
De son histoire et de sa situation Vaires a su tirer parti et c'est à l'heure actuelle une ville calme avec des atouts incontestables : la Marne qui la sépare de Torcy et de Noisiel, le Bois de Vaires classé « Natura 2000» et surtout sa Base Nautique, créée à l'emplacement d'anciennes carrières de sable et de graviers, qui va recevoir une rivière en eaux vives, et un centre d'hébergement pour les sportifs de haut niveau.
Elle devrait, dans les années qui viennent, prendre un visage de plus en plus moderne tout en préservant intelligemment l'environnement privilégié et la qualité de vie qui ont fait sa réputation.

Comédie-Française BIS...



Administrar um prédio tombado pelo patrimônio histórico é complicado, preservar o patrimônio e permitir que os espetáculos sejam beneficiados pelas novas tecnologias, missão difícil de conciliar...Bob Wilson quando veio dirigir As Fábulas de La Fontaine pediu, e foi atendido, refletores frontais de grande potência...eis o resultado, os refletores estão lá mas NENHUM furo foi feito nesse teatro...quando o teatro se une a magia para atender o pedido de um mestre...




O palco da Comédie durante um desmonte de cenário, a alternância dos espetáculos que compõem o repertório da companhia obriga aos que trabalham na casa uma dura rotina, montagem e desmontagem diariamente...



O lustre do centro da sala de espetáculos da Sala Richelieu...luxo, requinte e bom gosto essa é a França que o mundo ama...



O cartaz que comunica a morte de Christine Fersen, uma rainha entre as atrizes que passaram pela Comédie ao longo desses 328 anos de existência. Ela que era a Decana da Casa, Madame le Doyen, morreu em maio desse ano deixando órfãos inúmeros espectadores entre os quais essazinha que vos escreve...

Muriel Mayette, enfim uma "patroa" na casa de Molière




Aos 42 anos ela foi nomeada administrateur géneral da Comédie-Française, em 326 anos foi a primeira vez que uma mulher foi nomeada para esse cargo, só por isso ela já entrou para a história...mas ela é muito mais: classuda, elegantérrima, e apaixonada pelo seu trabalho, passem na minha coluna do Terra Magazine para saber um pouco mais sobre Muriel Mayette, http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3029645-EI11348,00.html e vejam aqui a cara da mulher que comanda 450 empregados na Casa de Molière...de dar inveja a muito marmanjo...

Casa do Marc e da Dominique...






Sábado passado cai na farra, jantar na casa do Marc e da Dominique é o equivalente a uma orgia gastronômica, dono de uma casa linda e de uma cave abastecida com mais de mil garrafas de vinho, algumas datadas de 1906, esse casal gosta de oferecer aos amigos apenas o melhor...além do carinho, da gentileza, da delicadeza...Comi mariscos, pimentão à la basquaise, purê de batata e nabo, taboulé, queijos a dar com o pau, salada e uma sala de frutas como jamais havia comido na vida, com framboesas colhidas no jardim...tomei uma taça de champagne com torradinhas de son d'avoine et son de blé com uma tapenade de comer rezando...coisas sem igual...depois vimos um filme em edição privada da última apresentação de Les éphémères em Saint-Etienne, e mais do que isso o filme do espetáculo feito pela turma da cozinha e do bureau do Soleil contando a vida dos personagens de Les éphémères dez anos depois...coisas como o casamento de Mme. Perle com M. Perle, interpretados por Cavet e Jean-Sébastien, como Morgane interpretada por Maria, como Claire interpretada por Françoise, como o casal de espanhóis da beira da praia interpretados por Pedro e Naruna, quase morri de tanto rir...no final impossível voltar para casa, dormi por lá e voltei apenas no domingo depois de um café da manhã com direito a bolo de chocolate feito especialmente para mim e a companhia de Dominique e Marc...
No jantar ainda reencontrei Vincent, Dominique (a outra Dominique!), com Diego e Dionisios...uma festa completa...

Visita à Comédie-Française



A poltrona usada por Molière na estréia da peça O Doente Imaginário




Os tapetes vermelhos que nos levam a poltrona de Molière




Em matéria de lustres a cafeteria também está bem servida




Meu grande amigo Molière, impressionante a intimidade que tenho com ele



O grande foyer onde está instalada a cafeteria



O requinte dos lustres da grande escadaria



Um dos escritórios da Comédie



Atrás dessas janelas com um vidro especial se encontram os escritórios da Comédie, onde se escondem os atores para analisar a expressão do público após cada apresentação



Subindo as escadas que levam a sala de espetáculo



Jérôme Lamy, Muriel Mayette e Joël Huthwohl no hall de entrada da Comédie



A homenagem a Molière nas paredes da "sua" casa



A Comédie-Française vista da Place Colette




Comédie-Française o primeiro teatro nacional da França


Na sexta passada, dia 18 de julho, fiz uma supervisita à Comédie-Française, durante os quase seis anos que morei em Paris mantive minha assinatura na Casa de Molière e lá vi diversos espetáculos, uns maravilhosos, outros nem tanto, mas sempre que quero alimentar meu amor pelo teatro vou à Comédie-Française por tudo o que ela significa...eis umas fotos para que vocês vejam o quanto é bela essa Catedral...e para quem quiser saber um pouco mais a dica é a leitura da minha coluna no Terra Magazine de hoje, eis o link http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3029645-EI11348,00.html

vendredi 18 juillet 2008

A França que o Brasil merece ver!


Da esquerda para a direita, em sentido horário: Ariane Mnouchkine, Georges Bigot, Coralie Clément, Bénabar, Julliette, Christophe Miossec, Benjamin Biolay, James Thiérrée, Keren Ann, Patrice Chéreau, Hanna Schygulla, Simon Abkarian, Jeanne Moreau, Jean-Pierre Ryngaert, Yael Naim, Joël Pommerat, Olivier Py, Béatrice Picon-Vallin, Wadji Mouawad, Omar Porras, Emmanuel Wallon, Agnès Jaoui, Stephane Braunschweig, Katerine e Ronit Elkabetz

Meus caros, essa é a minha coluna de hoje no Terra Magazine...nela exponho todas as minhas expectativas sobre o Ano da França no Brasil, Deus queira que possamos ver a França que eu conheço e amo, essa é muito bela...

Sexta, 18 de julho de 2008, 08h01 Atualizada às 19h03

A França que o Brasil merece ver


Deolinda Vilhena
De Paris


Os que me conhecem sabem da minha paixão pela França. Talvez ela tenha nascido quando recebi meu sobrenome, França de Vilhena mas sou conscientemente francófila desde os 12 anos de idade.

Morei cinco anos e meio em Paris, entre setembro de 2001 e março de 2007, aqui fiz um mestrado e um doutorado em Estudos teatrais, mas mais do que isso, fui um perfeito modelo de integração à sociedade francesa.

Lia diariamente o Le Monde e o Libé, às quartas-feiras também lia o Le Figaro, por conta do Figaroscope e era assinante das revistas Nouvel Observateur e Télérama. Essa minha deformação profissional, esse meu lado jornalista-produtora de ser contribuiu em muito para minha instalação na França.

Conhecia o rosto e o nome de todos os ministros do governo Chirac, conhecia as regiões e os departamentos da França, assisti aos desfiles do 14 juillet, me emocionei às lágrimas cantando "La Marseillaise", acompanhei seis temporadas teatrais, assisti a mais de 200 espetáculos e afirmo, sem falsa modéstia, que na minha área de atuação sou quase imbatível, afinal, minha tese me proporcionou um mergulho na legislação francesa na área do teatro e das políticas públicas na área da cultura. Lógico que não sou um Emmanuel Wallon mas ainda chego lá.

Tudo isso me deixa em situação especial quando o assunto é cultura francesa...e parece que daqui até o final de 2009 com o Ano da França no Brasil este assunto estará na pauta de muitos coleguinhas...

Assim como não cabe a China decidir a agenda e os compromissos do presidente Nicolas Sarkozy, como bem lembrou o próprio nos jornais da semana passada, não me cabe decidir a programação do Ano da França no Brasil. Mas como diria Montaigne "je donne mon avis non comme bon mais comme mien".

Há muito compreendi que a democracia nunca será culturalmente pluralista, contrariamente ao que se imagina, porque haverá sempre uma preferência a determinar uma moda. Infelizmente o pluralismo não existe nesta matéria. Há o politicamente correto. Eu desejaria que fosse pluralista, mas não creio que seja possível e sei que haverá sempre escolhas abusivas.

Todos os grupos de pressão e os formadores de opinião fizeram, um dia, escolhas abusivas. Boas escolhas podem ser escolhas abusivas. Na França, por exemplo, mesmo no século XVII quando o rei apóia Molière, Corneille, Racine, ele é abusivo porque muitos foram preteridos. Talvez não fossem tão bons quanto essa trinca de ases, mas teriam lá o seu valor.

E o sistema continua abusivo, continua sendo a escolha de uma época e de um grupo que até pode impor qualidade, o que quase nunca acontece, mas que impõe o seu gosto. Infelizmente a democracia não é democrática em matéria de cultura contrariamente ao que se crê porque, com efeito, há sempre um grupo social que dirige os outros, que impõe e as pessoas não ousam ir contra, com isso não se pode dizer que a democracia é pluralista em matéria de cultura.

Mesmo levando em conta a ausência de uma democracia pluralista em matéria de cultura e conhecendo os problemas enfrentados pelos que fazem cultura na França hoje, ainda assim espero que o Ano da França no Brasil, seja no mínimo, uma Brastemp...

Normal que todos os países busquem uma projeção cultural externa, entretanto, nem todos têm uma política cultural, na verdade "uma invenção francesa". A França aposta nesta política cultural que põe a serviço da sua política externa. De fato, a cultura torna-se menos um objetivo em si que um meio para facilitar e sublimar as relações políticas e comerciais.

Num país em que política e cultura, ao mesmo tempo por tradição e por voluntarismo político, caminham de mãos dadas, o que o distingue dos outros países é a importância que dá à política cultural e, por conseguinte, ao papel do Estado na definição e a aplicação desta política, principalmente em nível internacional.

Num relatório de janeiro de 2006, Yves Tavernier dizia que as relações entre cultura e diplomacia são antigas: Du Bellay em Roma, Jean-Jacques Rousseau em Veneza. Muito cedo, os embaixadores tiveram como função promover o intercâmbio cultural entre a França e os países nos quais eram acreditados. Pode-se assim mencionar os esforços realizados por Paul Claudel, então ministro da França ao Brasil, em prol da assinatura de uma convenção franco-brasileira, em Setembro de 1917, sobre as trocas literárias, científicas e técnicas

Um novo relatório intitulado Services culturels à l¿étranger: face à la mondialisation, une révolution nécessaire, recém-apresentado pelo Senador governista Adrien Gouteyron, diz que a França não tem do que se envergonhar no quesito dos esforços consagrados à promoção da cultura francesa no exterior pois dispôs de mais de um bilhão de euros em 2007 mas que deve rever sua atuação.

Dona da maior rede cultural do mundo, composta por 144 Centros ou Institutos culturais no mundo, 220 Alianças Francesas dirigidas por um agente do Estado expatriado, 255 outras Alianças Francesas que se beneficiam de financiamentos por parte das embaixadas e consulados franceses, existem em média 3,9 Centros Culturais ou Alianças Francesas por país onde a França tem uma presença.

Para que se compreenda o que isso significa é só ver que a Espanha, reservava em 2007 para o Instituto Cervantes 89,4 milhões de euros. Na Alemanha, o orçamento consagrado em 2008 à ação cultural externa é de 680 milhões de euros, dos quais 180 milhões de euros para os Institutos Goethe, 117 milhões de euros para as escolas e 120 milhões de euros para a cooperação universitária. Na Inglaterra, o British Council dispunha de 183 milhões de libras em 2007. Entretanto, num plano quantitativo, enquanto os outros países (Espanha, China) estendem a sua rede, ainda que permaneçam muito aquém da rede francesa, a França perde terreno e de 173 centros culturais em 1996 passa a 144 em 2008.

Isso no setor externo, pois internamente a cultura tem sido uma das grandes vítimas do rolo compressor que passou pelo orçamento do novo governo. Muitos financiamentos ministeriais das estruturas permanecem em baixa e o setor de ação cultural tem sido o mais prejudicado.

Em outubro do ano passado, Patrick Bloche, membro do Partido Socialista da comissão de Negócios culturais da Assembléia, dizia que "o orçamento da cultura reduzir-se-á de 56,6 milhões de euros em dotações de pagamento, ou seja - 2% em relação a 2007. Enquanto que as despesas globais do Estado, fixadas sobre a inflação, deviam progredir de 1,6%".

O primeiro-ministro François Fillon, em declaração de 29 de fevereiro, considerava que o mundo da cultura devia "participar da redução da dívida" pública assim como os outros ministérios, cujos orçamentos foram igualmente congelados: "os profissionais da cultura são capazes de compreendê-lo como os outros franceses".

Os diretores de teatro, como Didier Bezace, diretor do Théâtre de La Commune em Aubervilliers, se sentem traídos quando lêem o artigo 1º do contrato que vincula o seu teatro ao Estado:"É fabuloso, me pedem para ser ambicioso e isso me convém. Assino. Mas não me dão mais os meios para assegurar esta ambição. Não estamos numa época de contratos, mas de ruptura de contratos. (...) Respira-se um ar insalubre".

Só para lembrar, o espetáculo vivo na França significa mais de 20 milhões de espectadores por ano, dos quais 3,5 milhões para os Centros dramáticos nacionais, um total de 69.500 representações e o número de empregos neste setor equivale ao de muitos setores industriais.

Mas não se pode esquecer, como falou Didier Bezace, citando Jean Vilar, "do casamento cruel" com as tutelas, citando Victor Hugo: "são bem magras economias para grandes estragos".

O sistema cultural francês - meu maior sonho de consumo - existe e hoje, mais ainda do que antes, num ambiente internacional, mas a França que eu amo não consegue se acertar com os desafios impostos pela globalização e a prova disso são os eventos franceses organizados no Brasil que quase sempre recebem um público já conquistado.

Falta a França um "marqueteiro" no melhor estilo americano para "vender" essa França que eu conheço, admiro e que "bouge"... E se a língua francesa perde terreno, ela continua sendo admirada nos cinco continentes. E continua a despertar desejos, um desejo fortalecido por razões culturais: 80 milhões de estrangeiros vêm à França em busca de suas tradições e da sua efervescência artística e intelectual, de um "savoir vivre" sem igual no mundo.

Por isso espero, torço, para que o Ano da França no Brasil encontre seus parceiros, mas acima de tudo que encontre seu rumo, que encontre pessoas dispostas a trocar idéias, a conversar, a discutir, lembrando que poucas são as pessoas que conhecem profundamente os dois lados da moeda, na teoria e na prática, e que essas pessoas precisam ser ouvidas.

Deixo minhas modestas sugestões para o Ano da França no Brasil, conheço o trabalho de cada um dos nomes que indico e conheço o público do meu país, duvido que com um trabalho bem feito na base eles não deixem plantada uma boa semente nas terras do Pau-Brasil, onde em se plantando tudo dá...nem todos eles são franceses - vive la diversité! - mas todos escolheram a língua francesa e a França para trabalhar, e nisso a França excede, pois acolhe indistintamente os artistas pela sua arte e seu talento antes de exigir seus passaportes.

Muitos são franceses e com origens as mais diversas, herança de uma França "terre d¿accueil", quase todos têm pelo menos um dos pais estrangeiro, nós brasileiros 100% mestiços somos a prova de que essas misturas garantem um sabor particular...

Se o Ano da França no Brasil deve buscar parcerias, que essas parcerias reflitam o que a França tem de melhor. E por favor, não nos dêem o que ainda não foi provado e aprovado aqui na França metropolitana.

Por que sugerir para uma residência artistas novos e desconhecidos na França? Tudo bem, eles precisam de experiência, e sair do país é uma excelente forma de obtê-la, mas pensem nos nossos jovens artistas eles têm muito mais a aprender com Chéreau e Mnouchkine, para ficar na "velha guarda". Ou com Porras e Abkarian para fortalecer a "ala jovem".

Viva a França moderna, do Airbus, dos foguetes Ariane, do TGV e da tecnologia de ponta, mas a França que encanta os 80 milhões de turistas que a visitam anualmente é a França do luxo, do requinte e do bom gosto, a França das tradições culturais e dos grandes mestres em todas as áreas da cultura. Divulguem o novo, mas, não esqueçam o "antigo", a eles a França deve seu lugar no imaginário mundial.

A França tão esperada na América Latina e sempre tão distante de nossas fronteiras, com os olhos voltados para a África nos deve isso: a sua seleção principal na área da cultura, e como não domino todas as áreas, fico limitada aquelas nas quais transito com intimidade, privilegiando o espetáculo vivo, com uma palhinha para o cinema.

A França que eu amo é uma França feita por artistas, atores, autores, cantores, cineastas, professores e pesquisadores, entre esses 25 nomes sugeridos não há um só que não tenha passado sua prova dos nove e todos são campeões. Com uma equipe desse porte a França será mais uma vez campeã diante do Brasil.

Além do mais, escolhendo uma equipe campeã vocês seguirão o conselho de Christine Albanel, ministra da Cultura, em artigo publicado no jornal Le Monde de 10 de julho de 2007, quando ela dizia ser "necessário (...) parar esta propensão do Ministério da Cultura de salpicar as subvenções sem definir prioridades claras. Querer tudo empreender significa fracassar em tudo. Subvencionar melhor significa também ser mais exigente no que diz respeito aos beneficiários".

PS : A escalação da seleção campeã de 2008: Agnès Jaoui, Ariane Mnouchkine, Béatrice Picon-Vallin, Bénabar, Benjamin Biolay, Christophe Miossec, Coralie Clément, Emmanuel Wallon, Georges Bigot, Hanna Schygulla, James Thiérrée, Jeanne Moreau, Jean-Pierre Ryngaert, Joël Pommerat, Juliette Nourredine, Keren Ann, Olivier Py, Omar Porras, Patrice Chéreau, Philippe Katerine, Ronit Elkabetz, Simon Abkarian, Stéphane Braunschweig, Wajdi Mouawad e Yael Naïm.


Deolinda Vilhena é jornalista, produtora, Doutora em Estudos teatrais pela Sorbonne, pós-doutoranda em Teatro na ECA/USP com bolsa da FAPESP.

Fale com Deolinda Vilhena: deolindavilhena@terra.com.br

Link para o Terra Magazine
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3015286-EI11348,00.html

Direitos humanos na China...não posso me calar!

Meus amigos e leitores,

Ariane Mnouchkine é uma das pessoas que mais admiro e respeito no mundo, sua trajetória é misto de ética e coerência entre o modo de viver e o fazer para o qual tiro meu chapéu há anos, oxalá 50% dos grandes desse mundo fossem como ela...mais uma vez ela está encarando um combate...muitos me dizem que é modismo, pretensão querer impor ao mundo um conceito ocidental de direitos humanos, outros me dizem para me ocupar do Brasil, e dão exemplos como a polícia do Rio e o não respeito aos direitos humanos em todo o país...
Para os que me dizem que é pretensão impor um conceito ocidental de direitos humanos tenho a dizer o seguinte: torturar, matar, censurar não são um privilégio ocidental ou oriental, existem cá e lá, são crimes maiores, ser contra a censura, contra a tortura, contra a pena de morte, não é impor nem conceito ocidental, nem oriental é exigir os direitos humanos...
Para os que me dizem que olhe primeiro o Brasil tenho a dizer que não compactuo com o governo ora instalado, e que se o país está na merda que vejo diariamente nas páginas da imprensa livre não é por minha culpa, eu sei em quem votei e o que estão fazendo com o meu voto, e vocês???
Mas esse apelo é pela China, nesse momento em que o mundo volta os olhos para a China temos que EXIGIR respeito aos direitos humanos, se nos calarmos seremos tão cúmplices e tão covardes como os que lá torturam e matam...
Vejam os vídeos feitos pelo Théâtre du Soleil e lembrem-se a luta não é contra o povo chinês, mas contra os governantes que mantém esse povo sob chibata...

http://www.theatre-du-soleil.fr/video-pekin2008/pekin2008.html

ou no You Tube
http://fr.youtube.com/watch?v=NV0Ih_ngvr0
http://fr.youtube.com/watch?v=EdV-J4rWDGI&feature=rela
http://fr.youtube.com/watch?v=XyHM65Q74ZQ&feature=relatedted




Appel

La Chine était fiévreusement demandeuse de ces Jeux Olympiques 2008. Elle n'avait rien promis, mais avait laissé espérer. On a fait semblant d'espérer. La Chine a obtenu les Jeux Olympiques 2008. !Maintenant elle exige furieusement notre aveuglement, notre surdité, notre mutisme, notre silence, bref notre complicité. Cette complicité nous ne devons pas la lui accorder. Car, pour une fois, nous sommes en position de négocier et de faire entendre nos exigences à propos des droits de l'Homme en Chine et au Tibet occupé. En effet, les dirigeants chinois sont visiblement prêts à tout pour que la Fête soit sans nuages, sans ombres. Ils
sont prêts à tuer pour cela. Au Tibet ils le font déjà avec une violence jamais atteinte depuis 1959. En Chine aussi ils font le ménage parmi les opposants. Un ménage impitoyable, un ménage sanglant. Ils comptent sur notre pusillanimité, et surtout sur notre vénalité. Nous n'avons jamais bougé ou si peu, pourquoi bougerions-nous cette fois-ci ? Et bien justement ça bouge, nous bougeons, nous voulons négocier : « Sommes prêts à échanger de beaux Jeux Olympiques paisibles contre le respect des droits de l'Homme en Chine et au Tibet. »
- Halte aux expulsions des citoyens chinois de leur logement ou de leur terre.
!- Suspension des exécutions en Chine en vue d'aboutir à l'abolition de la peine de mort. (Il y a en Chine entre 8 et 10 000 exécutions par an. Un record absolu. Pas vraiment olympique.)
!- Halte aux tueries au Tibet.
!- Halte à la torture systématique partout en Chine et au Tibet.
!- Dialogue avec le Dalaï Lama et le gouvernement tibétain en exil, sur une large autonomie de ce pays, vaste comme cinq fois la France.
!- Halte au contrôle de l'information, y compris sur internet!- Halte à la détention
administrative!. Etc…
Pour cela il faut qu’il y ait au moins une menace crédible de boycott au moins de la
cérémonie d'ouverture. Et ce n'est pas aux athlètes seuls que nous devons laisser ce redoutable honneur. Il nous revient à tous. Il faut que tous les citoyens français, les citoyens européens, exigent, disons, encouragent fermement leurs dirigeants politiques, leurs grands fonctionnaires, leurs grands industriels, leurs grands financiers à un peu de dignité, un peu de courage, un peu de solidarité humaine, un peu de respect des principes universels. !Pas un dirigeant européen ne doit être présent à la cérémonie d'ouverture des Jeux, si, d'ici là, la Chine ne fait pas le pas tant attendu vers les droits de l'Homme. Sinon comment oserons-nous affronter les regards de tous ceux qui, en Chine, au péril de leur vie ou de leur liberté osent, eux, affronter la tyrannie du régime ?!Que les dirigeants chinois sachent qu’ils sont démasqués et que cette fête, à laquelle ils tiennent tant, risque d'être gâchée… Bien sûr elle a beaucoup de clients parmi nous, la Chine, et surtout beaucoup de fournisseurs très intéressés, mais un individu, une nation, un peuple ne peut pas vivre seulement de clients et de fournisseurs, il lui faut aussi des amis. Les dirigeants de la Chine n’ont pas le droit de priver cet immense peuple de bientôt un milliard trois cent soixante millions de citoyens de tous les autres milliards d’amis qu’ils devraient avoir sur la terre. Et d'ailleurs ce serait sans joie que nous priverions ce peuple de la Fête Olympique. Donc, nous appelons tous les citoyens français à faire savoir au monde qu'ils ont les yeux ouverts, les oreilles aussi. Nous appelons tous les citoyens, sportifs ou non, à dire que leur amour du sport ne souffre pas le reniement des droits de l'Homme.
(…)
Le Théâtre du Soleil !
Le Collectif Chine JO 2008 [Action des chrétiens pour l'abolition de la torture (ACAT-France)!,
Agir pour les droits de l'Homme (ADH)!,
Amnesty International (AI-France)!,
Comité de soutien au peuple tibétain (CSPT)!,
Ensemble contre la peine de mort (ECPM)!,
Fédération Internationale des Ligues des Droits de l’Homme (FIDH)!,
Ligue des Droits de l’Homme (LDH)!,
Reporters Sans Frontières (RSF)!,
Solidarité Chine.
Quelques dates, quelques chiffres
7 octobre 1950 / Invasion du Tibet par la Chine
1959 / fuite et exil en Inde du Dalaï Lama
8 août 2008 / Ouverture des Jeux Olympiques de Pékin
Nombre d’habitants en Chine : estimé à 1, 360 milliard en 2010
Nombre de victimes au Tibet : Selon le gouvernement tibétain en exil, plus d'un million deux cent mille Tibétains seraient morts directement ou indirectement en conséquence de l'occupation du Tibet par la République populaire de Chine entre 1949 et 1979.

Eu adoro essas crianças...










Meus "saltimbancos" preferidos...Gaia tem quatro anos, Iñaki tem 10 anos e Paco tem 12...os encontrei em 2006 durante os ensaios de Les éphémères mas foi durante a temporada brasileira do espetáculo que me "agarrei" a eles com todas as forças...Hoje eles fazem parte da minha família escolhida...depois de oito dias em casa trabalhando muito, hoje foi um dia feliz...pela manhã uma visita excepcional à Comédie-Française sobre a qual escreverei meu artigo da semana que vem no Terra Magazine e por enquanto não vou postar nada, apenas digo que foi MARAVILHOSA...depois me mandei para Vaires sur marne onde habitam essas adoráveis criaturas...comi muito bem, comi meu primeiro doce depois da cirurgia e nem tive dumping, revi Frédo, Laurent, Dominique e Marc, conheci o cabinet do Marc, um dos maiores fisioterapeutas desse país e que um dia já foi kiné do Piquet quando ele corria na Bhrabman, não sei se é assim que se escreve e tô sem saco de procurar...e revi as crianças, voltei para casa mais do que feliz...porque fui bem acolhida por todos e vi que 10000km de distância não são nada quando a amizade existe...

samedi 12 juillet 2008

Ingrid Betancourt também esteve em Lourdes!




Acabo de descobrir no site do meu provedor francês, orange, essas fotos de Ingrid Betancourt, sua mãe, sua filha Mélanie e seu filho Lorenzo no santuário de Lourdes...eles também foram agradecer...ou seja, todo mundo tem algo a agradecer...e todos os caminhos levam a Lourdes...