Coluna no Terra Magazine

Meus queridos, o teatro francês é uma de minhas paixões, grandes teoricos, grandes diretores, a mais antiga trupe do mundo (a Comédie-Française data de 1680), a mais importante companhia de teatro em atividade no mundo (o Théâtre du Soleil), a maior diretora de teatro em atividade no mundo (Ariane Mnouchkine), doa a quem doer, é a mais pura verdade...e entre os dez melhores do atual teatro francês Laurent Laffargue ja garantiu o seu lugar...os outros eu apresentarei aos poucos...
Leiam meu artigo no Terra Magazine http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2113416-EI6581,00.html
Bon week-end...

E depois da comilança...

Sou obrigada a postar a boneca espantalho que comprei recentemente em Paraty, minha outra paixão, com Eve e Pedrinho...mas preciso consertar o português:

Gorda sou sim, MAS posso emagrecer...e você que é feio?

Porque depois de postar esses mini-artigos eu engordei dez quilos...Boa noite!

O restaurante do Gérard (Depardieu) e da Carole (Bouquet)!!!

No meio do fallafel e dos doces do Loir acabei esquecendo de dar as dicas do La Fontaine Gaillon, super bem localizado entre o Palais Garnier, a Bourse e o Palais Royal...Restaurante de cozinha francesa tradicional, 1, Place Gaillon 75002, tel.: 01 47 42 63 22 (no almoço contar entre 50/60 euros por pessoa)

Você já comeu “fallafel” ???

Desde que fui a Israel em 1997 sou viciada em fallafel...em Paris o melhor você come numa birosquinha do Marais, L'As du Fallafel 34, rue des Rosiers / 75004, Metrô St Paul, tel. 01 48 87 63 60. Atenção: restaurante judaico que se preze fecha aos sábados…
Se você quer um lugar calmo e silencioso fuja do As do fallafel, mas se você quer comer um super sanduíche com um refri, e gastar cerca de 10 euros, é o lugar certo...
Mas você pode seguir a receita de un chef israelense e fazer em casa...é dez...

FALAFEL (SANDUÍCHE ISRAELENSE)
Receita enviada pelo Chef Yoel Ber - Israel

Ingredientes
1 ½ xícara (chá) de grão-de-bico
1 cebola pequena picada grosseiramente
2 dentes pequenos de alho
1 pimenta vermelha picadinha
1 xícara (chá) de salsinha picadinha
¼ de xícara (chá) de coentro picadinho
1 colher (café) de fermento em pó
pitadas de pimenta Síria
záhtar (mistura árabe de especiarias)
cominho
pimenta-do-reino e sal a gosto
óleo para fritar

Ingredientes para o Molho de Tahine
½ xícara (chá) de tahine
2 dentes de alho amassados
suco de 2 limões
½ xícara (chá) de água gelada
sal

Ingredientes para a Montagem dos Sanduíches
4 pães sírios médios
pepino azedo, chucrutes, homus

Modo de Preparar o Grão-de-bico
Deixar o grão-de-bico de molho durante 24 horas, coar, secar, retirar as cascas e juntar ao preparo (existe em super mercados o grão de bico enlatado pode ser usado).

Modo de Preparar o Falafel
Coloque no liquidificador o grão-de-bico, a cebola, o alho, a pimenta vermelha, a salsinha, o coentro, o fermento em pó, as pitadas de pimenta Síria, o záhtar, o cominho, a pimenta-do-reino e o sal. Bata até obter uma pasta grossa. Retire do liquidificador e deixe descansar por 30 minutos e faca bolinhas com as mãos (em Israel existem colheres especiais para fazer as bolinhas). Aqueça o óleo e frite os bolinhos, às colheiradas, até que estejam dourados. Retire com escumadeira e escorra sobre papel.

Modo de Preparar o Molho de Tahine Em uma tigela, misture o tahine, o suco de limão, o alho, a água e um pouquinho de sal. Reserve.

Montagem Final
Abra cada um dos pães em uma das laterais e recheie com chucrute, pimenta vermelha para quem gosta , homus, pepino azedo, salada de pepino, cebola e tomate bem picadinhos e os bolinhos (2 ou 3) e regue com o molho de tahine. Sirva imediatamente.

Le loir dans la théière...

Paris é a capital gastronômica do mundo, os melhores restaurantes, a melhor comida, os melhores temperos, tudo em Paris é mais gostoso...mesmo Chez Picard, o rei dos congelados, a gente consegue comer corretamente...
O bom é que a gente pode de vez em quando comer chez Gérard Depardieu e Carole Bouquet, no La Fontaine Gaillon, très chic e nem por isso impossível de se faire un cadeau, cerca de 100/150 euros por pessoa com um dos vinhos fabricados por Gérard e Carole, que não estão mais juntos mas nem por isso deixaram a sociedade comercial...Passei uma noite de Natal no La Fontaine Gaillon, inesquecível, o ambiente, os garçons atenciosos mas sem exagero, as pessoas educadas, nada de gritaria, gente falando para ser ouvido pelo vizinho, enfim, ambiente perfeito para comer uma boa comida, beber um bom vinho e ainda ter o prazer de escutar um “joyeux noël” de ninguém menos que “le patron de la maison”, ele, meu Deus, Gérard Depardieu...Como não se pode gastar 100/150 euros por dia para comer, quando se tem uma bolsa de 1.100 euros isso é uma folia, o bom é ter amigos parisienses de boa cepa, descoladíssimos que podem indicar lugares onde por cerca de 30 euros a gente pode comer bem, estar num lugar delicioso, esbarrar em gente da moda, e descobrir Le Loir dans la Théière (3, Rue des Rosiers / 75004 Metrô Saint Paulo), um prazer para as papilas gustativas e para os olhos...
Inicialmente, Le loir é uma Casa de Chá, mas aos domingos tem um brunch simpático, mas não dos melhores, durante a semana você pode almoçar. A especialidade são as tortas salgadas, não as quiches, mas as tortas, com saladas de babar de tão deliciosas...mas o depois é que é um problema, as tortas doces, famosas na cidade inteira e que só perdem para as tortas dos “grands patissiers”, afinal a melhor patisserie do mundo é a francesa, ainda existem uns incautos que preferem a austríaca...mas gosto é gosto tem gente que chama a água de cheiro do Boticário de perfume...beurk!!!
Se você quer experimentar as melhores tortas que um brasileiro já comeu na vida, porque a gente é ruim de doce paca..., tente os que têm por lá: charlotte aux marrons, tarte tatin, tarte poire-amandes, gâteau poires-raisins-fromage blanc, crumble aux pommes et beurre salé, tarte pommes-framboises, tarte banane-chocolat, gâteau à la carotte et épices, gâteau pommes-noix-cannelle, tarte chibouste, poires caramélisées et crème meringuée, fondant au chocolat et crème fouettée avec confiture de lait non sucrée, tarte au citron meringuée...miam miam miam…o melhor horário para aproveitar do ambiente do Loir é na hora do “goûter”, a merenda da tarde, sentada numa daquelas poltronas imensas, com aquelas mesas baixas, garçons atenciosos sem muito nhem nhem nhem, gentis na exata medida e a decoração que é dez...dizem as más línguas que o ambiente no Loir é totalmente “bobo” (leia com o sotque francês, acentuando o “o” final), o que em francês é a abreviação de BOurgeois BOhème. Pode até ser, afinal de contas que eu sou uma burguesinha não é novidade, e que a boêmia sempre me fascinou não e outra, então...talve por isso o Loir seja a minha cara...
Virei freguesa, tenho uma amiga que o frequenta há 25 anos, desde que eles estão por lá...mas já fui lá com a Fernanda Veríssimo, com a Iesa e o Macksen, com a Edla e o Sábato, com o André, com a Chris, com o Vendra, o Tó e o Eduardo...enfim, é meu ponto de encontro em Paris...Fica no Marais, no “quartier juif”. O Marais está dividido entre os gays e os judeus, isso é o verdadeiro Marais, porque andando mais um pouco chega-se, por exemplo, ao metrô Arts et Métiers, que muitos insistem em chamar de Marais, mas que é Marais só para tirar mais dinheiro de brasileiro...em Paris, um lado da calçada pode ser bem mais caro que o outro...

Nada de caro, até fevereiro os preços eram mais ou menos esses : chocolat chaud (4,50 €), chás (4 €) ou, a fórmula chá + uma torta doce por 9 € (à partir de 15 h). Aberto todos os dias de 11 h 30 à 19 h / sábado e domingo abre às 10h.

Meu reino por uma tese...

Eu troquei tudo na minha vida por essa tese, deixei filho, família, amigos, trabalho, meu país, minha língua, deixei literalmente tudo, para escrever essa tese...por sorte meu amor me acompanhou, coisas da vida, coisas do kotel...
Dias e dias, meses e meses dentro de casa, livros e mais livros, leituras e mais leituras, noites de angústia, de incertezas, medo de não ser capaz...mas deu certo!
Nas fotos um pouco da Paris que seguia seu curso enquanto eu fechada num quarto escrevia, escrevia, escrevia...numa das fotos meu bureau parisiense, com tudo o que era necessário para que eu trabalhasse bem...a pequena é minha petite Héloïse, um dia explico quem é...a neve lá fora e eu olhando pela janela...o sol, o calor e eu dentro do quarto, mas hoje tenho minha tese, meu título e todo um conhecimento que é meu maior tesouro e que ninguém pode roubar ainda muitos possam invejar...

Chez moi! O melhor lugar do mundo!

Morar bem em Paris é difícil, normalmente os aps são pequenos, obviamente existem os 400m2 mas esses são para milionários, categoria na qual ainda não me encaixo, mas é possível morar muito bem num charmoso 70m2, num bairro de classe média, onde não h’a guetos, nem árabes demais, nem pretos demais, nem amarelos demais, nem franceses de menos...mas até chegar lá morei na casa da Porca de Lilas, na casa da Megera do XIVéme e por fim na casa dos Ratos de Créteil, ou seja, meus primeiros 11 meses em Paris não foram fáceis e nem por isso culpei a cidade ou os parisienses, porque nenhum desses lugares onde morei era de parisienses, e a culpa era minha que não podia alugar algo melhor, pois com uma bolsa de 1.100€ a coisa era complicada...mas Deus é Pai, não e padrasto e consegui meu “hôtel particulier”, minha primeira noite de sono bem dormida em Paris, foi num ap vazio, apenas um colchão e umas malas espalhadas e muitas caixas de livro, hoje meu château passou por diversos up grades mas se um dia foi para muitos, hoje é para poucos...Nas fotos meu chez moi parisiense e a Place Félix Eboué, mais conhecida como Daumesnil, estação de metrô que nos serve...

Momentos inesquecíveis (2)!

A viagem do meu pai, o Cacique Tembé, foi realmente um momento especial. Primeiro porque tinha perdido minha mãe, sem que ela tivesse tido tempo de me visitar em Paris, segundo porque meu pai é conhecido pela sua ranhetice, ele é quase um parisiense...mas foram três semanas de puro prazer! E na verdade o que ele mais gostava de fazer era de sentar no “boteco” e ver “a banda passar”...O “boteco” eleito por ele, conhecido pelo seu bom gosto, foi o Deux Magots (6 pl St Germain des Prés 75006 Tel. 01 45 48 55 25). Nas fotos vejam como ele viveu a vida parisiense, plateau de frommages e um mega-sandubão...barato não é, mas é um programão... Em matéria de café a dica é : Deux Magots, Flore e o Café de l’Industrie, nada a ver com os dois primeiros, mas vale a visita, fica no XIème pertinho da Opéra nova...16 r St Sabin 75011 Tel. 01 47 00 13 53

Mas cortei mal...

Na pressa esqueci de dizer que ainda tinha a foto da Victoria Abril, no Olympia...para quem não liga o nome a pessoa, ela foi a musa do Pedro Almodovar antes dele se americanizar e ser amigo do Caetano Veloso...e esqueci de postar também meu show no Olympia, quando fui a Paris pela primeira vez em 1994, um dos primeiros lugares que visitei foi o Olympia e tive até que ver um show do Gipsy Kings para poder conhecer essa mitica casa...depois sempre que pude voltei e confesso que ela tem um charme especial...os fantasmas que a habitam!
Aproveitei e coloquei uma foto com o Martinho, outra do show do Enrico Macias, e outra da Agnès Jaouï que eu adoro...

The show must go on...e eu não queria perder um!

Perdi a conta dos shows que vi em Paris...música brasileira vi João Gilberto, João Bosco, Martinho da Vila, Adriana Calcanhotto, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gilberto Gil, Zé Renato, Marisa aos Montes...mais para acompanhar meus amigos ou para rever amigos, como foi no caso dos shows da Adriana e do João (Bosco !), na verdade o que eu curtia mesmo eram os shows dos meus amados franceses de Bénabar a Katerine, de Vincent Delerm a Juliette, de Benjamin Biolay – marido da Chiara Mastroianni – a Miossec, sem esquecer da musa existencialista Juliette Gréco e do meu querido Enrico Macias...e as surpresas, Victoria Abril, cantando música brasileira, ou melhor enganando mas arrasando por conta de um carisma impressionante, e Agnès Jaouï, que abalou Paris cantando muita MPB, mas que me levou às lágrimas quando canto Todo Cambia, que Mercedes Sosa minha deusa maior tornou célebre mundo afora e que ouvi pela primeira vez após os anos negros da ditadura cantado por Agnès Jaouï no seu delicioso concerto no La Cigale (120 bd Rochechouart 75018 Tel. 01 49 25 81 75). O La Cigale é uma sala de concertos deliciosa, no tamanho certo, nem grande nem pequena, e com uma programação muito legal, e parisiense que é parisiense freqüenta...
Mas minha casa fétiche ainda é o Olympia, Piaf e Brel arrebentaram por lá e sei que a energia deles rola forte no pedaço...fiquei amiga do chefe da segurança, casado com uma brasileira, e tinha acesso aos camarins e com isso pude encontrar meio mundo...meu sonho de consumo é um show da Nana Caymmi no Olympia, acho que tem tudo a ver...quem sabe ainda banco essa???Nas fotos Agnès Jaouï, que para quem não liga o nome a pessoa é uma das maiores atrizes, diretoras e roteiristas de cinema na França, 43 anos e absolutamente genail, casada com um ator não menos genial chamado Jean-Pierre Bacri, os camarins do Olympia, euzinha com Adriana Calcanhotto, e o mago Katerine a quem vou consagrar um belo post uma hora dessas...et je coupe le son!

Você é gourmet ou gourmand???

Aprendi uma coisa em Paris, quando quero descobrir se alguém é gourmand ou gourmet compro uma bomba de chocolate na padaria embaixo da minha casa e outra na patisserie da Grande Epicerie do Bon Marché, um dia faço um especial sobre ela, ou compro um "macaron" em qualquer lugar e outro no Ladurée, o "gourmand" come os dois e acha tudo igual, o "gourmet" descobre rapidinho qual é o verdadeiro e qual é o falsificado...paladar apurado é para poucos...

Pausa para um thé ou um café mas com direito a um "macaron"

Ladurée, desde 1862 muito mais que uma “boulangerie”

Para passar um momento agradável, uma pausa para um chá ou um café, minha dica é o Ladurée, de preferência no Champs Elysées, olha ai o meu côté turista pois parisiense que é parisiense não vai ao Champs Elysées...e aproveite para descobrir o “macaron”, o texto do www.laduree.fr, deixo em francês por preguiça e porque acho que é de bom tom que esse blog ensine algo em francês para vocês...


L’Histoire du Macaron

Petit gâteau rond à la fois moelleux et croustillant, le Macaron est le produit emblématique de la maison Ladurée. Chaque saison nous lui rendons hommage en créant un nouveau parfum.

La nouveauté Automne 2007 :

Le Macarons « Rouge DIVA » aux parfums de chocolat, épices et fruits rouges.
Les parfums permanents :
Chocolat - Chocolat amer - Vanille - Café - Pétales de Rose - Pistache - Framboise - Cassis violette - Caramel au beurre salé - Griottes - Fleur d’Oranger - Réglisse.
Les parfums d'été :
Noix de coco - Menthe Glaciale - Grenadine.
Les parfums d’hiver : Citron - Marron - Praliné
Les Créations spéciales & éphémères :
Abricot Gingembre - Muscovado - Barbapapa - Havana - Ambre blanc - Rose Indienne - Anis - Champagne - Orange Safran - Muguet - Pain d’épice - Fraise coquelicot - Poivre de Java - Citron vert Gingembre - Rosanis - Epices & fruits moelleux

Momentos inesquecíveis (1) !

Colecionei uma infinidade de momentos inesquecíveis durante “mon séjour” parisiense, um deles foi a visita de André Lima, um dos mais talentosos estilistas brasileiros, como eu papaxibé, c’est-à-dire nascido em Belém do Pará, e que além disso é meu primo, mas mais do que primo meu irmão e mais do que meu irmão, meu amigo...Visitas à Versailles, passeios, muita farra, muita comida cubana no Havanita*, ali ao lado da Bastille – André tem problemas com a cozinha francesa – e last but not least o desfile dele, em setembro de 2004, no Salão do Prêt-à-Porter...isso sim é abalar Paris em chamas...sem se endividar como alguns estilistas menos descolados...
Nas fotos, (minhas!), André com o então embaixador Sérgio Amaral em visita ao stand dos brasileiros no salão; uma trinca de ases do Pará : André Lima, Deolinda Vilhena e Lino Villaventura; duas fotos dos belos vestidos do meu primo querido e por fim, o belo dando uma de Roi Soleil em Versailles...



*Havanita – 11 r Lappe 75011 – Tel. 01 43 55 96 42 – recomendo um camarão com arroz e feijão preto à la cubaine que é de babar de bom…pas cher du tout...e ainda que seja um local cheio de turistas dá pra encarar...

Quem avisa amigo é: no exterior mantenha distância de brasileiros!

Exceto aqueles que são obrigados a sair do seu país de origem por conta de guerras, ditaduras, crises infinitas, todos os outros deixam o seu país por opção, logo, são donos do seu destino...Sou discípula da máxima “em Roma como os romanos”. Por isso, ao se mudar para um país aprenda a viver como um nativo. Até porque se você escolheu um determinado país, uma determinada cidade é porque de uma maneira ou de outra, por um motivo ou por outro ela te atrai...O que mais abominava em Paris eram os guetos de brasileiros que se formavam...Favela Chic, Maison du Brésil, associações disso e daquilo, “neguinho” estudava de graça, graças ao imposto pago pelos franceses; usufruia da Sécurité sociale, descolava mil “aides sociales” e passava o tempo todo alimentando preconceitos cretinos, tecendo comparações, quando é impossível comparar o incomparável, lembre-se a França fez sua Revolução em 1789, em pleno século XXI não fizemos a nossa, por isso aprendi cedo: livre-se dos brasileiros, nada de compatriotas, até porque as pessoas que cruzam o teu caminho normalmente são tão diferentes de você, que, dificilmente vocês se encontrariam no Brasil e jamais seriam amigos, ora, além do mais eu nunc peço passaporte aos meus amigos...todos são bem-vindos!
Conheço diversos brasileiros que moram em Paris desde sempre e sequer falam francês porque andam apenas com brasileiros, que não conhecem vinho porque insistem em tomar caipirinha, que não aprenderam a apreciar a comida francesa porque insistem em comer feijão com arroz, alguém pode me dizer porque sairam do Brasil???

Em compensação recomendo com força que aproveite (e muito!) as visitas da família e dos amigos, mas tome cuidado porque morar em Paris é um risco, principalmente se você tem uma tese a escrever, pois se você vacilar a casa viverá sempre cheia...tenho uma amiga que recebeu quase 60 pessoas ao longo do primeiro ano dela em Paris...a cada vez que recebia meus amigos, mesmo aqueles que eu não hospedava, fazia questão de recebê-los na Wawa, meu “château” primeiro, Versailles é apenas minha residência secundária...mostrar Paris aos amigos era um prazer sem fim, quanto mais eu descobria e mais eu conhecia dessa cidade mais prazer eu tinha em dividir com meus amigos! Nas fotos alguns deles. Na primeira Alexei, que agora está fazendo de conta que mora em Paris, recebido com champagne DEUTZ 1995 e um belo plateau de fromages comprados na crémerie do quartier...Na outra dois amigos mais do que amados, Antônio Araújo, o Tó, um dos maiores diretores de teatro do Brasil, diretor do Vertigem, e José Eduardo Vendramini, meu ex-professor na ECA/USP, dramaturgo e um grande amigo, no Parvis de Notre Dame, marco zero da França, no verão de 2005...e com os dois mais o Eduardo, na porta do Hôtel de Ville – sede da prefeitura de Paris...
Sábato Magaldi, sua mulher Edla Van Steen e a neta dela, Bianca, estiveram diversas vezes em Paris nesses meus anos loucos de tão bons, nas fotos estou com Sábato e Ryngaert, meu orientador, num restaurante da rue Dragon, acho que é um coreano, que o Sábato e a Edla adoram, e na outra estão Sábato, Edla e Bianca, no foyer da Comédie-Française, levei-os para ver Les Fables de La Fontaine, mise en scène de Robert Wilson...

A cidade mais bonita do mundo!

A única que poderia ameaçar o posto de Paris chama-se Rio de Janeiro, um balneário falido e charmoso mas que os dirigentes tanto fizeram que acabaram por transformá-la em “c_ da mãe joana”. Com um detalhe, a beleza no Rio é natural, Deus fez e o homem desfez...Paris foi construída para ser uma cidade espetáculo! E não é que a dita cuja adorou o personagem...Umas fotos tiradas ao longo dos meus anos vivendo por lá, com hábitos de parisiense e olhar de turista... Fotos de Deolinda Vilhena!!!!! Vi e vivi... bem mais interessante que copiar na Internet...