dimanche 10 janvier 2010

James Spencer Thiérrée, gênio é pouco...

James Thiérrée, imagino o orgulho que Chaplin teria dele
O cenário de RAOUL

O navio está pronto para zarpar

Um mundo mágico


James Thiérrée, o Chaplin do teatro no século XXI

Há quase três anos, o tempo passa, o tempo voa, escrevi aqui em Terra Magazine um artigo falando dos herdeiros de Charles Chaplin, herdeiros na arte e na vida http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1340545-EI6581,00-Netos+e+herdeiros+da+arte+de+Charlie+Chaplin.html

Esse artigo me deixa muito prosa, fui a primeira pessoa no Brasil a escrever sobre os netos de Chaplin e segundo Daniele Hoover, responsável pela turnê brasileira de Aurélia Thiérrée em 2008 foi graças as minhas palavras que ela decidiu trazer Aurélia - e se Deus quiser em 2010 James - ao Brasil.

Mas que me perdoem Victoria e Aurélia, o gênio da família Chaplin hoje atende pelo nome de James Spencer Henry Edmond Marcel Thiérrée. Afirmo, sem medo de errar, que James Thiérrée será para o circo-teatro do século XXI o que Charles Chaplin foi para o cinema do século XX. Após vê-lo em cena Mikhail Baryshnikov afirmou: "Um gênio! Ninguém pode fazer o que Thiérrée faz".

James estreia em 1978, aos 5 anos de idade, no Cirque Bonjour, criado por seus pais Jean-Baptiste Thierrée e Victoria Chaplin. Desde cedo ele desenvolve talentos múltiplos, acrobacia, dança, trapézio, violino, línguas, tudo isso ao longo das turnês mundiais do Cirque imaginaire e depois do Cirque invisible, entre 1978 e 1994.

Em seguida James trabalha com Peter Greenaway em Prospero's Books e Robert Wilson em Mister Bojangles Memories. Sua formação de ator é feita em diversas escolas, entre elas o Piccolo Teatro de Milão e a Harvard Theatre School.

Entre 1994 e 2007, ele atua no teatro sob a direção de Carlos Santos e Beno Besson, e no cinema com Coline Serreau, Raoul Ruiz, Philippe de Broca, Robinson Savary, Antoine de Caunes, Laurent de Bartillat. Taloche, personagem principal do filme de Tony Gatlif, Liberté, é seu mais recente trabalho na telona.

Em cerca de 10 anos de carreira James Thièrrée criou 3 espetáculos (diversas vezes contemplados com o Prêmio Molière) que não cessam de encantar o público em todos os cantos do mundo: La Symphonie du hanneton, La Veillée des Abysses, Au revoir parapluie. Vi todos. Não sei qual é o meu preferido. Preparo-me agora para ver Raoul, no qual sozinho em cena, sem vídeo e sem efeitos especiais, James se comunica com os espectadores através de mímicas, dança e performances variadas, e ao qual a crítica não nega elogios.

Os espetáculos de James são criações impressionantemente impregnadas de magia, mesclando teatro, música, dança e artes do circo e essa mistura extasia o público que lota os 1100 lugares do Théâtre de la Ville em Paris, assim como há poucas semanas incendiou o Barbican em Londres.

Para James, Raoul, é o retrato de um ser humano "que não é um herói, mas poderia ser um rei, ou o vizinho que encontramos diariamente". Sozinho na sua torre, visitada por criaturas estranhas, James Thiérrée-Raoul conta sua viagem interior, se perde e se encontra em um ambiente em mudança permanente, no qual se movem grandes telas. James esbanja talento como diretor, ator, dançarino, músico e acrobata, e faz do público seu parceiro privilegiado, livre para interpretar imagens, metáforas e evocações propostas entre burlesco e emoção, virtuosismo e poesia.

Duas coisas me encantam particularmente em James Thierrée, além da genialidade e do talento, sua humildade que permite que o protagonista seja o espetáculo e não ele, e sua capacidade em explorar a imaginação do espectador através de gestos simples e delicados, coisas em extinção nesses tempos virtuais. Comecem uma campanha Queremos James Thiérrée no Brasil. Vocês não vão se arrepender. Vão mesmo me agradecer a dica.

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