jeudi 15 novembre 2007

Cada um deve buscar a universidade que merece, eu escolhi La Sorbonne!!!





Sorbonne...a simples menção deste nome, conhecido no mundo inteiro, evoca um dos mais altos lugares da inteligência, o lugar onde foram forjados a liberdade de pensar e o espírito crítico...assim Maurice Quénet, Reitor da Academia de Paris apresenta a Sorbonne...mas ela é muito mais do que isso. Como muitos de vocês devem saber, a Sorbonne deve seu nome ao capelão e confessor do rei da França, Robert de Sorbon, e sua história ao longo dos séculos esteve sempre tão intimamente ligado a da Université de Paris que ela acabou por se transformar em seu símbolo. Destruída e reconstruída tantas vezes, fechada pela Revolução em 1791, atelier de artistas em 1801, a Sorbonne volta a ocupar seu lugar no ensino universitário em 1821. No final do século XIX, a República Francesa fará a reconstrução definitiva que transformará a Sorbonne em um santuário do espírito, um lugar privilegiado do conhecimento.

Quis a vida que eu recebesse meu título de Doutora em Estudos Teatrais da Université de La Sorbonne Nouvelle no ano em que a Sorbonnona, como carinhosamente a chamo, completa 750 anos...e no final da cerimônia de defesa, após receber o grau de Doutor, foi impossível não pensar – e dizer aos presentes – que durante cinco anos e meio, a cada vez que entrava na minha escola pensava que ela era mais velha do que o Brasil, país de onde eu tinha vindo...e mais, lembrei que o caminho entre Belém e o Quartier Latin é muito longo e que não é todo dia que uma descedente dos Tembés é recebida como Doutora da Sorbonne...confesso que pensei no olhar mareado do meu pai, quando de nossa visita à universidade, a filha maluca, que escolheu o teatro por profissão, foi a única que deu a ele a alegria de um diploma de Doutor pela Sorbonne. Que me desculpem todos, e todas as outras universidades do mundo, algumas hoje até bem melhores do que a minha Sorbonnona, mas a Sorbonne tem o que nenhuma outra tem, história...uma história que faz dela um símbolo do conhecimento e da liberdade, aliás liberdade sem conhecimento é ilusão...

Vejam alguns dos números da Sorbonne e de sua biblioteca monumental:

35.551 estudantes nos diferentes campi da universidade
35 km de prateleiras
12.000 volumes em acesso livre
3 milhões de documentos entre os quais os periódicos
4.700 títulos de periódicos ainda editados (18.000 no total)
50.000 empréstimos por ano
300.000 documentos consultados “sur place”

Como a Sorbonne não é um museu, mas uma escola, as visitas são proibidas e devem ser agendadas na secretaria da escola, mas se vocês forem a Paris não deixem de visitá-la, de entrar, de sentir os oitos séculos de história que fazem dela um verdadeiro santuário do espírito...

Nas fotos: a capela, a entrada da rue de la Sorbonne, com meu pai na Cour d'Honneur e a minha carteirinha de estudante...todas as fotos são de minha autoria, atenção às cópias...

Aucun commentaire: